JOGANDO PARA A TORCIDA. Esta é a definição que normalmente damos quando algum ator político toma alguma decisão simplesmente para ir de encontro às expectativas da população. O grande detalhe é que na maioria das vezes, essas mesmas decisões são tomadas sem ouvir as partes ou investigar a fundo a verdade dos fatos, agindo apenas no impulso da repercussão para amenizar o caso.

ESTA É MAIS UMA FALHA DA ATUAL ADMINISTRAÇÃO, que peca por não dialogar, ou seja; simplesmente administra e toma decisões como esta, em suas salas refrigeradas sem sequer manter um contato com as pessoas envolvidas. É o jeito expertise de governar, onde o povo não tem voz.

O episódio é mais um capítulo da embaraçosa e vergonhosa situação ocorrida em uma das mais tradicionais EMEIS de nossa cidade, situada na zona leste e que, todos os anos, disponibiliza tradicionalmente vagas que são disputadas acirradamente pelas mães. Estamos falando da EMEI Monteiro Lobato.

Como todos se lembram, tudo começou com um boletim de ocorrência, aonde uma mãe, revoltada com o castigo imposto pela “agora” ex-diretora, resolveu compartilhar sua indignação no grupo de WhatsApp das mães, sendo que na sequência, o mesmo teria viralizado para outros grupos e consequentemente para a maioria dos veículos de imprensa.

O efeito da grande repercussão, que ultrapassou as divisas da capital nacional dos radares, não demorou muito a chegar. Um conjunto de medidas foram anunciadas conforme a ordem que se segue;

  • Cancelamento da tradicional Festa da Família no último final de semana
  • O afastamento da Diretora da escola
  • E surpreendentemente o afastamento de uma professora que nada tinha a ver com o caso.

Acontece que, no referido boletim de ocorrência foi mencionado o fato de uma criança autista ter ficado de castigo na escola, porém sem fornecer maiores detalhes. Talvez, este tenha sido o motivo da administração municipal, através da secretaria da educação, também punir a professora sem sequer averiguar a verdade dos fatos.

Na manhã desta terça-feira (5) algumas mães entraram em contato com a nossa redação informando e esclarecendo a situação para o melhor discernimento das demais mães, leitores (as) do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA e principalmente da administração municipal. Uma das reclamantes era justamente a mãe da criança autista. Confira;

“Quando eu vi a mensagem eu nem dei uma importância, porque era com a minha filha, mas foi um assunto interno e completamente resolvido sem maiores problemas. Acontece que, devido à repercussão, a secretaria ligou para direção para saber quem era a professora e como transcorreu a situação. Eu deixo bem claro que o fato não foi uma ocorrência e sim uma conversa de alinhamento. Porém, como a secretaria perguntou, porque constava na mensagem dessa mãe, que por sinal eu nem sei como ficou sabendo, foi necessário esclarecer. Ocorre que este esclarecimento se tornou um problema para a nossa professora. Devido ao fato, ela foi colocada em investigação”, comentou inicialmente a mãe da aluna, que normalmente preservamos a identidade.

A mesma ainda continuou; “Esta Professora dá aula para minha filha e é um ser humano incrível, que fez um trabalho de inclusão com ela desde o início do ano. Que fique bem claro que esta conversa não foi uma reclamação, não foi uma ocorrência, não foi uma denúncia e repito; foi um alinhamento”, acrescentou.

A situação causou a ira das demais mães que reprovaram a ideia e esta mesma mãe nos explicou; “Nós estamos defendendo a professora por que ela foi afastada por conta da investigação, ela foi envolvida devido à mensagem postada por esta mãe, cita o caso da menina autista no período da manhã e ela que não tinha nada a ver com o pato, assim digamos, acaba sendo prejudicada de uma forma arbitrária e injusta”, salientou.

Mães começam mobilização pela volta da “Pro”.

A situação tomou uma proporção maior do que se imaginava e em função do ocorrido as mães decidiram adotar uma série de medidas e ações que possam levar a administração municipal a rever a situação ou receber uma comissão composta por mães de alunos desta professora para que possam ser ouvidas sobre a realidade dos fatos e não sobre o que postaram através de um tal de “ouvi dizer”.

“De fato Kaito, nos respeitamos a decisão da secretaria que faz um trabalho incrível e que está corretamente fazendo um trabalho de investigação. O que nos estamos querendo e pedindo é que esta professora seja devolvida para nós. Sabemos que o trabalho de apuração dos fatos está sendo feito da melhor forma possível, mas precisamos que uma injustiça seja corrigida, primeiro por que os alunos precisam dela que é uma professora excelente, segundo que a minha filha que é citada neste caso, ama demais esta professora e ela esta sentindo demais a falta dela. Para você ter uma ideia, ela fez há pouco uma cirurgia delicada e retornou agora para a escola, mas ao retornar já não pode contar com a professora dela devido a uma situação que envolveu ela, envolveu a gente”, desabafou.

Um abaixo assinado é a primeira medida adotada e já começou a circular entre as mães com o objetivo do retorno desta professora; “A intenção de nosso abaixo-assinado e para o retorno desta professora que é inocente nesta história. Nós não queremos que ela pague por uma coisa que vazou, não sei como, mas que não condiz com a verdade dos fatos. Vazou de alguém de forma deturpada para esta mãe e ela acabou postando, sem saber do que realmente teria ocorrido. Repito, foi uma conversa, não foi uma advertência. Ela não maltratou minha filha, muito pelo contrário, é uma pessoa que tem me ajudado muito e por esta razão tivemos esta conversa de alinhamento” finalizou de forma emocionada.

O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, como de praxe, irá acompanhar o passo a passo desta situação que não só comove, mas mexe com o dia-a-dia dos alunos desta professora que já é reconhecidamente, querida por todos. Desde já nos colocamos à disposição de todas as mães da referida escola de educação infantil e, ao mesmo tempo, dentro de nosso tradicional profissionalismo, deixamos o espaço aberto para que a secretaria municipal de educação possa emitir a sua versão sobre o lamentável fato.

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