Requerimento de criação da comissão deve ser lido nesta quarta. Líderes tentam ampliar apoio para chegar a 24 votos; cargos de comando da CPI só devem ser definidos na próxima semana.

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) calculam ter, hoje, uma base de pelo menos 20 parlamentares entre os 32 prováveis integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas. O requerimento de criação deve ser lido nesta quarta (26) em sessão do Congresso.

O cálculo foi feito por líderes da base aliada e discutido há pouco na reunião com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, articulador político do governo. Na reunião, o governo também decidiu que deve deixar para a próxima semana a decisão sobre os cargos de comando da CPI.

Isso porque a instalação da CPMI, ou seja, o início efetivo dos trabalhos só deve se dar após o feriado de 1º de maio, na próxima segunda. O governo trabalha com esse calendário para reforçar o apoio na CPI e garantir o comando da comissão.

Nesta semana, o governo deve ouvir as reivindicações da base e negociar apoios para garantir vitórias em requerimentos importantes que podem ser analisados na comissão – como a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro Augusto Heleno, por exemplo.

Confira a atual composição da CPMI do 8 de janeiro

Ao todo, serão 32 parlamentares titulares: 16 deputados e 16 senadores

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu o requerimento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro ontem, quarta-feira, 26. O próximo passo, que marca a instauração da CPMI, deve ocorrer quando os líderes partidários indicarem os membros que vão compor o colegiado.

Conforme foi apurado, as articulações continuam a todo o vapor na Casa. O prazo para indicar os membros já está correndo e deve terminar na próxima semana.

O cenário da composição mudou, em virtude de uma manobra do líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele articulou para tirar uma cadeira da oposição no colegiado -, que passaria de três para duas.

Contudo, o senador Rogério Marinho PL-RN), líder da oposição no Senado, apresentou uma questão de ordem contra o ato de Randolfe durante a sessão do Congresso. Pacheco recebeu o pedido, e aguardava a resposta nesta quinta-feira 27, porém até a publicação desta matéria, não havia nenhuma posição a respeito.

O regimento interno do Congresso prevê que a CPMI seja formada por um número proporcional de deputados e senadores. Ao todo, serão 32 parlamentares titulares: 16 deputados e 16 senadores. O número de suplentes será igual para cada Casa.

Caso Pacheco não concorde com a questão de Marinho, o governo terá a maioria no Senado, com 12 parlamentares. Confira a atual conjuntura da Casa:

  • PL e Novo (Bloco Vanguarda) − duas cadeiras;
  • PSDB, Rede, Podemos, MDB, União e PDT (Bloco Democracia) − seis cadeiras;
  • PT, PSB, Rede e PSD (Bloco Resistência Democrática) − seis cadeiras; e
  • PP e Republicanos (Bloco Aliança) − duas cadeiras.

Já na Câmara, o “superbloco” do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), deve ficar com o maior número de vagas. O perfil de cada deputado desse bloco é de suma importância, pois os partidos que integram o conglomerado de legendas não compõem, de modo oficial, a base do governo ou da oposição.

O que vai definir se o governo terá maioria na Câmara são os nomes indicados por Lira — até então desconhecidos. Confira:

Conforme foi publicado, o Senado deve ficar com a presidência da comissão, enquanto a Câmara assumirá a relatoria. Nos bastidores, o nome do deputado federal André Fufuca (PP-MA) é o mais cotado para ser o relator da CPMI do 8 de janeiro, embora outro nome oriundo do MDB também esteja sendo cotado.

Enfim, os principais cargos não ficarão com a situação, ou seja; grandes possibilidades do encerramento dos trabalhos nos moldes da CPI da Covid. Lamentável, com tanta coisa para ser investigada, principalmente depois da divulgação das imagens do dia 8 de janeiro.

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