Votação expressiva de Tarcísio e adesões ao bolsonarismo no estado desanimaram partido e acenderam sinal de alerta para a eleição nacional

Integrantes do PT de São Paulo já classificam como improvável uma virada de Fernando Haddad (PT) sobre Tarcísio de Freitas ( Republicanos ) no segundo turno da eleição para governador e defendem como prioridade blindar a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do crescimento de Jair Bolsonaro (PL ) no estado.

Tanto Haddad quanto Lula perderam o primeiro turno em São Paulo, contrariando as pesquisas. Nos dois casos, a diferença para Tarcísio e Bolsonaro, respectivamente, foi de aproximadamente 7 pontos percentuais, cerca de 1,6 milhão de votos no caso da disputa estadual e 1,8 milhão na nacional. Mas ao contrário de Haddad, Lula pode compensar esse revés paulista ganhando em outros estados, como ocorreu no primeiro turno.

Para os petistas, ficou ainda mais difícil para Haddad virar o placar de 42,3% contra 35,7% em favor de Tarcísio depois que o candidato do Republicanos encaminhou apoios importantes para o segundo turno. O principal deles é o do governador de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou em terceiro na disputa, com 18,4% dos votos válidos, e anunciou adesão ao bolsonarismo na terça-feira (4/10).

Além dos 4,3 milhões de votos de Garcia, que já migrariam naturalmente em maior número para Tarcísio, por causa do perfil mais conservador de ambos, o peso da máquina do PSDB no estado, controlado há 28 anos pelo partido, mina as chances de reação de Haddad.

Agora, a cúpula do PT está preocupada com o impacto dessa aliança na eleição nacional. Além de Tarcísio, Garcia também declarou “apoio incondicional” a Bolsonaro no segundo turno contra Lula. É consenso dentro do PT que o surpreendente resultado do presidente da República no primeiro turno, com 43,2% dos votos, foi alavancado pelo desempenho em São Paulo.

Agendas com Alckmin

O partido teme que a junção das duas máquinas, a do governo federal e a do governo paulista, impulsionem ainda mais Bolsonaro no maior colégio eleitoral do país, a ponto de ameaçar a vitória de Lula.

Para conter a ascensão bolsonarista, especialmente no interior de São Paulo, a campanha petista estuda promover agendas de Lula nas principais regiões paulistas ao lado do ex-governador e ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB), que já comandou o estado por 13 anos.

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