Após 21 anos da compra da Garoto pela Nestlé, a operação continua em análise pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A Nestlé apresentou uma proposta de acordo que foi negada pelo Cade. Como não há prazo para a apresentação de nova proposta, o caso segue sem definição.

O negócio foi fechado em 2002 e, em 2004, o órgão antitruste, ligado ao Ministério da Justiça, vetou a fusão. A Nestlé recorreu à Justiça, que suspendeu no ano seguinte a decisão do Cade e autorizou a operação. Em 2009, essa decisão foi anulada e foi determinado que o Cade analisasse novamente a operação.

A Nestlé continuou recorrendo e, em 2018, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região confirmou que o Cade precisaria reabrir o processo. Em 2021, o então presidente do órgão, Alexandre Barreto de Souza, determinou a reabertura do caso, com nova instrução.

Na época da fusão, a Nestlé tinha 34% do mercado de chocolate do país. Depois que comprou a Garoto, passou a ter 58%. A principal concorrente, a Lacta, tinha 33%. A expectativa no Cade era de que, na nova avaliação do negócio, a fusão fosse aprovada, porque o cenário do mercado de chocolate no Brasil mudou nos últimos anos.

Presidente do Cade manda reabrir caso Garoto e Nestlé, 19 anos após venda -  A Gazeta

Há duas semanas, a Nestlé apresentou proposta de acordo na qual a ação judicial seria encerrada, com a manutenção da fábrica operando e o compromisso de investimento. Isso seria monitorado pelo Cade pelo prazo de sete anos. No entanto, parte do conselho considerou a proposta insuficiente e quer que a Nestlé venda algumas marcas que detém hoje.

Cade manda reabrir caso Nestlé e Garoto 19 anos após o negócio - Folha do ES

O caso da fusão entre a Nestlé e a Garoto marcou a história do Cade. Depois da briga judicial, a legislação concorrencial mudou, em 2012, e a concretização dos negócios entre empresas passou a depender da autorização do Cade. Antes, primeiro a operação era concretizada e, depois, avalizada pelo órgão.

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