O BRASIL QUE NINGUÉM VÊ: Polícia apreende carga ilegal de “ouro negro” avaliada em R$ 3 milhões oriundos de Roraima na BR-153.

Nos últimos dois anos, a cassiterita despertou o interesse de garimpeiros ilegais que atuam em Roraima. Caminhoneiro que transportava 20 toneladas do minério foi abordado em Bady Bassitt (SP).

Um caminhoneiro foi detido ao ser flagrado com 20 toneladas de cassiterita na Rodovia BR-153, em Bady Bassit, distante de Marília 172,4 quilômetros, na tarde deste sábado (4).

Conhecido popularmente como “ouro negro”, o minério despertou, nos últimos dois anos, o interesse de garimpeiros ilegais que atuam em Roraima.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), equipes da corporação realizavam patrulhamento de rotina, quando abordaram o caminhão e encontraram a carga aviada em R$ 3 milhões.

Ao ser questionado, o motorista informou que transportaria o minério de Roraima para Guarulhos. Ele não possuía nota fiscal e autorização para extração da cassiterita.

Ainda conforme a Polícia Rodoviária Federal, o homem foi detido e encaminhado para a delegacia da Polícia Rodoviária de São José do Rio Preto. O minério foi apreendido.

Cassiterita

A cassiterita despertou o interesse de garimpeiros ilegais de Roraima nos últimos dois anos. Na natureza, o minério é encontrado na forma de rocha bruta. Antes de ser vendido, passa por um longo processo de mineração.

Após triturada e moída, a rocha vira um pó bem fino. A etapa seguinte acontece em outro equipamento, no qual a cassiterita mais escura é separada da areia. Ela pode ser vendida na forma de concentrado ou ainda passar por um processo metalúrgico para a extração do estanho, um material cada vez mais procurado pela indústria.

O estanho é maleável e resistente à ferrugem. Serve para soldar componentes eletrônicos, e também é usado para revestir o interior das latas de alimentos.

Atualmente, a tonelada de estanho custa cerca de US$ 27 mil no mercado internacional, R$ 144 mil. No auge da pandemia, o preço passou dos US$ 50 mil e despertou a cobiça dos garimpeiros ilegais.

Um levantamento feito pelo Jornal Nacional revelou que, entre 2021 e 2022, Roraima exportou 733 toneladas de cassiterita e seus derivados quando não havia nenhuma mina autorizada pela Agência Nacional de Mineração.

Os registros aparecem no portal que reúne informações sobre o comércio exterior brasileiro. Foram 40 toneladas em 2021 e 693 no ano passado, que somaram R$ 70 milhões.

Até 2019, o ouro aparecia em destaque como item de exportação de Roraima. Quando a Polícia Federal descobriu o esquema ilegal, o ouro deu lugar à cassiterita.

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