Seja nos blocos de ruas ou em outras festas, há quem goste de aproveitar a época de folia para beijar na boca.

Estamos em contagem regressiva. O Carnaval está chegando e, durante este período, muitas pessoas curtem bloquinhos de rua e festas e aproveitam para beijar muito na boca. Entretanto, o que muitos se esquecem é que é preciso ter cautela e uma série de cuidados para evitar o surgimento de problemas que podem atrapalhar a folia.

Gabriell Bonifacio Borgato, professor de Odontologia do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Cenusp), alerta que, neste momento de diversos contatos bucais, vale redobrar a atenção em relação ao aparecimento de feridas na região dos lábios e dentro da boca.

Isso porque, segundo o especialista, o beijo pode ser uma via de transmissão de inúmeras doenças infecciosas, especialmente se a pessoa estiver com machucados nessa região. Borgato ressalta que vírus, bactérias e fungos podem ser transmitidos durante o beijo, sendo que os mais comuns são:

1-) Mononucleose (doença do beijo)

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Este vírus é transmitido pela saliva e pode causar mal-estar, febre alta, dores de cabeça e na garganta e placas brancas na garganta. Os sintomas da mononucleose podem se manifestar em até 45 após a data do primeiro contato com o patógeno. Não existe um tratamento específico para esta condição, e ele se baseia no controle dos sintomas. Isso significa que, para se recuperar do problema, a pessoa afetada deve repousar e ingerir bastante líquido.

2-) Herpes labial

Quando falamos sobre as doenças transmissíveis pelo beijo, não podemos deixar de mencionar o herpes labial. Ela provoca o aparecimento de pequenas bolhas nos lábios que podem gerar feridas, que cicatrizam após alguns dias, e seus sintomas começam a aparecer 4 a 6 dias após o contato com o vírus. Para quem nunca teve contato com o vírus, podem ocorrer alterações sistêmicas, por exemplo, febre, dor de cabeça, mal-estar e feridas na cavidade oral.

3-) Sífilis

Apesar de ser conhecida por ser uma infecção sexualmente transmissível, a sífilis, causada pela bactéria Treponema pallidum, também pode ser transmitida pelo beijo, em casos nos quais há pequenas feridas na boca. O tratamento envolve o uso de antibiótico.

Essa doença pode ser dividida em quatro estágios: primário, secundário, latente e terciário. No estágio primário, os principais sintomas são: feridas nos órgãos genitais, gânglios e ínguas na região da virilha.

Com a progressão da doença para o estágio secundário, o paciente pode apresentar manchas vermelhas na pele, nas palmas das mãos, nas solas dos pés e nas mucosas da boca, febre, mal-estar, dor e perda de apetite.

Assim que os sintomas da fase secundária acabam, o indivíduo passa a se encontrar na fase latente, na qual os exames ainda marcam positivo para a sífilis, mas não há sintomas. Sua duração é variável.

Já o estágio terciário é considerado o mais grave, pois aqui a bactéria já acometeu o sistema nervoso central e o sistema cardiovascular, podendo causar alterações ósseas, cutâneas, neurológicas e até mesmo a morte.

Cuidados

O calor excessivo e a movimentação nos blocos e festas são fatores que contribuem para o corpo perder muita água. Por esse motivo, para aproveitar a época de folia sem colocar a saúde em risco, é importante se hidratar constantemente e maneirar no consumo de bebidas alcoólicas, que também promovem a desidratação.

“Ao perder água, nossa salivação é reduzida, contribuindo para doença, cárie e inflamações na gengiva. Além disso, devemos estar atentos à exposição do sol e sempre usar filtro solar, uma vez que a região dos lábios está mais exposta ao câncer de pele”, explica Gabriel.

Se você pretende viajar no Carnaval, não se esqueça de levar os seus itens de higiene oral, como a escova de dente, o creme e o fio dental, pois eles são indispensáveis para a saúde bucal. O dentista reforça que a escovação dos dentes deve ser feita sempre após as refeições e, caso isso não seja possível, ao menos ao acordar e antes de dormir.

“Devemos então nos lembrar de manter a hidratação constante com água, e evitar o consumo exagerado de álcool e bebidas como refrigerantes, que além do excesso de açúcar também são ácidas, facilitando a manifestação da doença da cárie. Quanto às doenças transmissíveis pelo beijo, a conscientização é a melhor prevenção”, conclui o professor.

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