Cantora, compositora, escritora e ativista lutava contra um câncer de pulmão diagnosticado em 2021

A cantora Rita Lee na noite de ontem, segundo feira (8/5) eu sua morte anunciada na manhã desta terça-feira, 9. A cantora de 75 anos lutava contra um câncer de pulmão diagnosticado em 2021.

Na última sexta-feira, 24, ela deu entrada no hospital com estado de saúde ‘extremamente delicado’, segundo informações. A família divulgou um comunicado e pediu privacidade.

No ano passado, a família de Rita Lee chegou a comemorar a remissão do câncer de pulmão da cantora. “A cura da minha mãe me emocionou pra car…. Melhor notícia de todos os tempos. Manteve a cabeça erguida, com vontade de lutar e encarou tudo com seu bom humor habitual, tanto que apelidou o tumor de ‘Jair’. That’s Rita”, escreveu o filho Beto Lee.

A carreira, ainda de forma amadora, começou em 1963, com o conjunto Teenage Singers. Mas o sucesso veio em 1966, com uma das bandas mais importantes da música brasileira: Os Mutantes. O trio, além de Rita, tinha Arnaldo Baptista e Sérgio Dias.

Rita Lee é uma das mulheres mais influentes do Brasil, sendo referência para quem, a partir de meados dos anos 1970, se interessava pelo rock, gênero pelo qual despontou no grupo Os Mutantes, e permanecendo de 1966 a 1972, lançando cinco discos com a banda. 

Em 1967, a banda acompanhou o cantor Gilberto Gil na apresentação da música Domingo no Parque, que ficou em segundo lugar no III Festival da Música Popular Brasileira.

Rita Lee e Arnaldo Baptista foram casados até 1972, quando, além do divórcio, Os Mutantes também terminou. Em carreira solo, a cantora lançou, em 1975, Fruto Proibido, disco comfaixas históricas: Agora Só Falta Você, Esse tal de Roque Enrow e Ovelha Negra.

Em 1972, ela lançou Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida. Em seguida, lançou Atrás do Porto Tem Uma Cidade (1974) e o álbum Fruto Proibido (1975), em parceria com a banda Tutti Frutti, é visto como um marco fundamental na história do rock brasileiro, considerado por alguns como sua obra-prima. Neste trabalho, Rita lançou clássicos como “Agora Só Falta Você”, “Esse Tal de Roque Enrow”, “Ovelha Negra” entre outros.

Em 1976, a cantora começou um relacionamento amoroso com o guitarrista Roberto de Carvalho e desde então tem sido o parceiro da maioria de suas canções e a acompanhou em todas suas apresentações ao vivo. É junto do marido, que a artista lança alguns de seus maiores sucessos, como Baila Comigo, Lança Perfume, Shangrilá e Flagra Tiveram três filhos, entre eles Beto Lee, também guitarrista, que acompanha os pais nos shows. Rita Lee também é vegana e defensora dos direitos dos animais.

Origem

Nascida na véspera de Ano-Novo de 1947, em uma família de classe média paulistana, Rita é a filha mais nova do dentista Charles Fenley Jones (1904–1983), paulista descendente de imigrantes norte-americanos, e de Romilda Padula (1904-1986), filha de imigrantes italianos. 

Seus pais tinham outras duas filhas: Mary Lee Jones e Virgínia Lee Jones. O “Lee” é um nome composto com que o pai quis registrar todas as filhas, em homenagem ao general Robert E. Lee, do exército confederado norte-americano. 

Lee cresceu na cidade de São Paulo, no bairro da Vila Mariana. Teve aulas de piano durante a infância e suas primeiras influências musicais foram Elvis Presley, Neil Sedaka, Paul Anka, Peter, Paul and Mary, Beatles, Rolling Stones, mas também escutava música brasileira como Cauby Peixoto, Angela Maria, Tito Madi, João Gilberto, Emilinha Borba, Carmen Miranda, Dalva de Oliveira e Maysa por influência dos pais.

Foi na adolescência que Rita começou a se interessar por música, e junto de amigos, começou a se apresentar em pequenos grupos. Em toda sua carreira, Rita Lee gravou mais de 40 trabalhos, entre álbuns, álbuns ao vivo, singles e coletâneas.

Ao longo dos mais de 56 anos de carreira, Rita Lee vendeu 55 milhões de discos e também se envolveu em diversas questões, com destaque para sua atuação como defensora dos direitos dos animais.

Rita Lee achava “cafona” ser chamada de Rainha do Rock

Ícone do rock n’ roll brasileiro, Rita Lee morreu nessa segunda-feira (8/5), aos 75 anos. Constantemente chamada de Rainha do Rock, a cantora revelou, em entrevista à Rolling Stones, que achava a alcunha “meio cafona”.

“Gosto mais de ser chamada de ‘padroeira da liberdade’ do que ‘rainha do rock’, que acho um tanto cafona…”, explicou Rita Lee, após uma homenagem pelo conjunto da obra no Grammy Latino 2022.

Em entrevista ao jornalista Guilherme Samora, a cantora deu conselhos às novas vozes femininas da música brasileira. “Sempre digo que é bacana quando o artista canta suas próprias músicas, diz o que deseja, dá seu recado sem papas na língua. Vale a pena investir em compor”, explicou.

O último disco de Rita Lee foi lançado em 2012 e se chama Reza. A música principal do trabalho, que leva o mesmo nome do álbum, foi a mais tocada de 2012. No ano seguinte, Rita Lee se aposentou e foi viver em um sítio na Grande São Paulo.

Nos últimos anos de vida, a cantora levou uma vida discreta e longe dos holofotes. Em 2016, lançou a sua autobiografia. Além da música, a artista também fez participações em filmes e programas de televisão e foi apresentadora do Saia Justa, no GNT.

EM LUTO, DIRETO DA REDAÇÃO

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