Garoto é determinante em conquista do time alviverde, que esteve 14 pontos atrás do Botafogo

O Palmeiras é duodeca campeão! A equipe do técnico Abel Ferreira empatou com o Cruzeiro por 1 a 1 nesta quarta-feira (6), no Mineirão, pela 38ª rodada do Campeonato Brasileiro, e confirmou o bicampeonato consecutivo e o 12º título do Nacional na história do clube.

A conquista foi a 12ª da história do time paulista, que ampliou a vantagem como maior vencedor do Campeonato Brasileiro, considerando os torneios disputados antes de 1971 (data da criação da competição) e homologados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

O top-3 de maiores vencedores da história do Brasileirão ainda tem Santos e Flamengo, ambos com oito títulos cada. A contagem leva em consideração a diretriz da CBF, que unificou os títulos nacionais disputados desde 1959

Endrick, grande nome da arrancada palmeirense na reta final, marcou o gol alviverde e Nikão deixou tudo igual. Foi o 11º do atacante de 17 anos no campeonato, em uma campanha que será lembrada principalmente pelos dois gols que marcou na virada histórica sobre o Botafogo, no Estádio Nilton Santos.

Com o título, Abel Ferreira conquista do seu nono título pelo Verdão, ultrapassando Vanderlei Luxemburgo e se isolando como o segundo técnico mais vencedor do Palmeiras, atrás apenas de Oswaldo Brandão, que foi campeão dez vezes.

Após a eliminação na semifinal da Copa Libertadores, para o Boca Juniors, o time do treinador português entrou no seu pior momento da temporada. Fora do torneio continental, via o Botafogo com ampla vantagem no Brasileirão e uma mão na taça.

Abel Ferreira, inclusive, foi criticado por boa parte dos torcedores por não colocar Endrick como titular no jogo de volta contra o Boca, no Allianz Parque.

Apesar da resistência do treinador, que relutou em escalar o jovem atacante, o menino criado nas categorias de base alviverdes mostrou que a aposta por tê-lo entre os titulares valeria a pena.

No dia 1º de novembro, o Palmeiras perdia por 3 a 0 do Botafogo no intervalo. Foi dos pés de Endrick — e das mãos de Weverton, que defendeu penalidade de Tiquinho Soares quando o placar marcava 3 a 1 para os cariocas — que o Verdão buscou forças para reagir. Com dois gols do camisa 9, Flaco López e Murilo balançaram as redes para virar a partida e reendereçar o campeonato a favor dos palmeirenses.

De lá para cá, aproveitando-se da derrocada botafoguense, a equipe de Abel Ferreira somou cinco vitórias em sete partidas para assumir a ponta da tabela e confirmar o bicampeonato nacional.

Este é o primeiro bi consecutivo do Palmeiras no Campeonato Brasileiro desde a dobradinha em 1993 e 1994. Mais uma taça para a galeria de Abel Ferreira, com a assinatura de um garoto de 17 anos chamado Endrick.

É campeão! Palmeiras empata com o Cruzeiro e conquista o título do Brasileirão

O jogo começou mais estudado, com as duas equipes se articulando para encontrar brechas. Mas o Palmeiras foi quem chegou com mais perigo primeiro, em chute de Endrick defendido por Rafael Cabral. O Cruzeiro deixou a timidez de lado e começou a criar, optando por jogadas mais centrais às costas dos volantes.

Endrick foi o nome do Palmeiras no primeiro tempo. Após concluir outras oportunidades, finalmente viu a bola balançar as redes após ganhar um “presente” de Lucas Silva. O jovem de 17 anos ficou cara a cara com o goleiro cruzeirense, que ainda defendeu na primeira chance, mas o atacante não perdoou e abriu o placar aos 21.

A vantagem no marcador permitiu ao Palmeiras relaxar e baixar suas linhas. O Cruzeiro foi em busca do empate e deu alguns sustos em Weverton. O conjunto celeste demonstrou agilidade e objetividade em campo. Os donos da casa aceleravam as jogadas e trabalhavam com tabelas para fugir da marcação palmeirense.

O apito final da etapa inaugural frustrou o Cruzeiro, que estava mais perto do empate. O Palmeiras fez um jogo pragmático nos 45 minutos iniciais, semelhante às partidas que sustentaram a arrancada que culminou no título. O objetivo traçado por Abel foi cumprido, tendo Endrick como o principal atleta em campo.

Na volta do intervalo, Abel não fez alterações. A grande diferença foi na postura do Cruzeiro, que passou a marcar com mais intensidade a saída de bola do Palmeiras. O time celeste, no entanto, reforçou o mesmo defeito apresentado ao longo dessa edição do Brasileirão: a enorme dificuldade em marcar gols.

O Palmeiras teve muitos problemas para se encontrar no segundo tempo. Nem mesmo as descidas esporádicas ao ataque encontravam as mesmas condições favoráveis. Veiga era o único com fôlego e brilhantismo. A queda de desempenho exigia uma alteração no time alviverde. Abel fez as primeiras mexidas apenas aos 23 minutos. Endrick e Breno Lopes deram lugar a Flaco López e Artur. Mais tarde, o português pôde promover a estreia do garoto Estevão, de 16 anos, apontado como a nova joia palmeirense.

O jogo ficou devendo em emoção. Rafael Cabral e Weverton pouco atuaram na etapa complementar. Os chutes arriscados passavam longe do gol. Mas a entrada de Nikão na vaga de Lucas Silva tornou o Cruzeiro mais ofensivo. E a resposta prática veio rapidamente. Aos 34 minutos, o meia fez o gol de empate em um chute rasteiro em jogada desenhada por Matheus Pereira. O Palmeiras ainda tentou se recolocar em vantagem, mas o placar não foi alterado novamente.

Ficha técnica

Cruzeiro 1×1 Palmeiras

Cruzeiro: Rafael Cabral; William, João Marcelo, Luciano Castán e Marlon (Kaiki); Ian Luccas (Fernando Henrique), Lucas Silva (Nikão), Japa e Matheus Pereira; Bruno Rodrigues e Arthur Gomes (Robert).
Técnico: Paulo Autuori.

Palmeiras: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez e Murilo; Mayke (Estevão), Richard Ríos (Atuesta), Zé Rafael (Fabinho) e Vanderlan; Raphael Veiga, Breno Lopes (Artur) e Endrick (Flaco López).
Técnico: Abel Ferreira.

Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG).
Gols: Endrick, aos 21 minutos do primeiro tempo. Nikão, aos 34 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Lucas Silva e Richard Ríos.
Árbitro: Anderson Daronco (Fifa-RS).
Renda: R$ 1.675.735,00.
Público: 44.190 presentes.

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