O fato chamou a atenção da imprensa mundial. Um fato nunca visto em um evento de um executivo nacional. A jornalista Delis Ortiz, da GloboNews, foi agredida com um soco na região do tórax por seguranças do ditador Nicolás Maduro, na noite da última terça-feira (30), dentro do Palácio do Itamaraty.

Ao comentar sobre o caso, Delis revelou a dor da violência e do que esse ataque representa não só para ela, como para todos os jornalistas.

– A imprensa não pode aceitar isso em nenhum lugar do mundo (…). Eu levei um susto, uma dor, este tipo de soco prende a sua respiração. A impressão que deu é que explodiu tudo dentro de mim – revelou.

O ataque dos seguranças de Maduro contra jornalistas aconteceu após uma reunião de presidentes da América do Sul, por causa de um empurra-empurra dos profissionais de imprensa para se aproximarem do ditador.

Além dos seguranças de Maduro, agentes a serviço do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência brasileira também se envolveram na confusão.

– Sensação de impotência e de violência. Um soco no peito de toda imprensa. Agrediu todo mundo, de uma só vez – declarou Delis Ortiz.

Damares sobre agressões a jornalistas. “Parece que não foi segurança venezuelano”. Veja vídeo

Senadora pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos) comentou e repudiou as agressões sofridas por profissionais da imprensa ao final do encontro de cúpula de presidentes sul-americanos que foi realizada em Brasília nesta terça-feira (30/5). Em pronunciamento nesta quarta-feira (31/5). Damares afirmou que o caso deve ser tratado com gravidade.

“Quero registrar minha solidariedade à jornalista agredida ontem e o cuidado que temos que ter com esse assunto. Me parece que não foi um segurança venezuelano, mas alguém do GSI. O que é tão grave quanto”, disse.

“É importante a responsabilização em casos de violência contra a mídia, pois a incapacidade de responder rapidamente a ataques a jornalistas e de responsabilizar os autores pelos ataques cria o que chamamos de ciclo de violência, um ciclo de impunidade em que os responsáveis sentem que podem agir sem consequências e que vemos como um convite aberto para atacar jornalistas”, registrou no requerimento 536/2023, no qual solicita registro em ata do Voto de Repúdio.

ANJ emite nota de repúdio

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) emitiu nota em que repudia com veemência as agressões contra jornalistas que procuraram uma aproximação com o presidente Nicolás Maduro, da Venezuela, ao fim da reunião de presidentes do continente em Brasília, nesta terça-feira (30). A violência contra a imprensa é inaceitável em uma democracia. A ANJ aguarda uma apuração rigorosa das autoridades com a devida responsabilização dos agressores, sejam eles brasileiros ou estrangeiros.

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