O número de novas mortes por Covid-19 no Brasil nesta quarta (3) superou o dos Estados Unidos, quando considerada a proporção de habitantes de cada país. Com 1.840 novas mortes (recorde até o momento), o Brasil teve, na quarta, uma média móvel de 6,3 novos registros de óbitos para cada um milhão de pessoas.

Nos EUA, foram 1924 novas mortes, o que representa 5,8 mortes por milhão, também considerando a média móvel. Embora a diferença entre os valores seja pequena, nos EUA os óbitos estão em queda, e a tendência é que a distância entre a métrica brasileira e a americana seja ampliada nos próximos dias.

Os EUA estão num processo acelerado de vacinação da população, já chegando a 23,8% de cobertura. O Brasil está atrás nessa corrida (apenas 3,5%) e ainda enfrenta o espalhamento da variante de Manaus, mais transmissível que o novo coronavírus original.

Esta não foi a primeira vez em que o Brasil passou à frente dos EUA em número relativo de mortes. De maio a outubro, quando o Brasil atravessou sua fase mais aguda da pandemia em 2020, os registros diários brasileiros também superaram os americanos.

No fim do ano, porém, os EUA viram uma escalada de contaminações, enquanto no Brasil houve queda de casos. A partir de meados de fevereiro, o número de óbitos entre os americanos começou a cair de forma consistente, ao passo que por aqui a tendência já era de alta acelerada.

Em relação aos países com mais de 10 milhões de habitantes, o Brasil era, na noite desta quarta, o quarto do ranking de novos óbitos relativos à população (os dados foram extraídos às 23h).

Em primeiro lugar aparece a República Tcheca (15,5), seguida pelo Peru (7) e pelo México (6). Logo abaixo do Brasil aparecem Polônia (5,9) e EUA.
O Brasil vive atualmente a maior crise de saúde de toda a pandemia. Nesta semana, segundo balanço feito pela Folha, dez capitais têm UTIs com ocupação superior a 90%.

Apenas nos dois primeiros meses deste ano, o Brasil perdeu quase 65 mil pessoas para a Covid-19. Há 42 dias, há mais de mil registros diários, em média. Desde o início da pandemia, são 259,4 mil mortes, segundo maior número absoluto no mundo -fica atrás dos EUA.

Proporcionalmente à população, contudo, o Brasil está em 24º lugar no ranking de óbitos, com 1.220 por milhão. O primeiro do ranking é San Marino, com 2.180 mortos por milhão, seguido da República Tcheca (1.933) e da Bélgica (1.910).

Fila para UTI de Covid-19 chega a 230 pacientes na cidade de São Paulo. Já em Marília, pacientes são transferidos para outras cidades.

Fila para UTI de Covid-19 chega a 230 pacientes na cidade de São Paulo

A cidade de São Paulo tem uma fila de 230 pessoas “em todo o município” nesta quarta (3) esperando por uma vaga na UTI de hospitais públicos municipais e estaduais para o tratamento de Covid-19. Outras 220, com sintomas menos graves, esperam internações em enfermarias.

Elas estão sendo encaminhadas ao tratamento intensivo de acordo com vagas que surgem, quando outros pacientes têm alta e saem das UTIs -ou então morrem.

A informação foi passada à coluna pelo secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido. Ele já vinha alertando que a situação na cidade é dramática, com uma explosão de novos casos e internações de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

“Todas as manhãs recebemos uma lista de pedidos de internação em UTIs, que durante o dia vão sendo encaminhados. O desafio é sempre, no final do dia, atender a todos”, afirma Aparecido.

A prefeitura já abriu cem novos leitos de UTI para Covid-19 nesta semana, mas a demanda tem sido explosiva. Está prevista a abertura de mais cem leitos nos próximos dias. Nesta manhã, dez novos leitos foram abertos na Vila Maria. A lotação em hospitais privados também está perto do limite, segundo repetidos relatos de gestores dessas instituições.

A situação da capital se repete em todo o estado, deve de passar para a fase vermelha no sábado (6), com restrição de horário para o funcionamento de várias atividades e até mesmo o fechamento de algumas delas.

Como revelado pela coluna na terça (2), médicos do comitê de contingência para o combate à Covid-19 alertaram em reunião realizada ontem que a lotação total dos hospitais no estado é iminente, e pode ocorrer em no máximo duas semanas.

A Fiocruz também vem alertando para a situação dramática em todo o país. Segundo boletim da instituição, 19 estados têm taxa de ocupação acima de 80%. O governador da Bahia afirmou em reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que abriu 300 novos leitos de UTI para Covid-19 na semana passada _e que eles lotaram em questão de dias.

DRAMA DE MARÍLIA: Sem leitos de UTI, pacientes são enviados para outras cidades.

SAMU registra sobrecarga de chamados em Manaus | Coronavírus | A Crítica |  Amazônia - Amazonas - Manaus

Em Marília a situação é dramática. Segundo boletim divulgado na manhã de hoje, a cidade já registra 212 mortes. Foram confirmados 14.614 casos positivos, sendo que 2.406 ainda esperam confirmação do resultado de exames. Nos hospitais 102 pacientes se encontram internados e 195 casos em transmissão.

No último domingo, a prefeitura de Marília informou a 5ª transferência de paciente com Covid-19 para internação em outra cidade, dada a lotação dos hospitais locais. Trata-se de homem de 70 anos que deu entrada no PA Sul às 21h30 do sábado (27).

Ainda no domingo, a Prefeitura divulgou a relação dos hospitais do Departamento Regional de Saúde (DRS) e a taxa de ocupação de leitos de UTI. Paraguaçu tem 50% de ocupação e dispõe de mais 5 leitos; Adamantina está com 80%; Ourinhos, Santa Cruz do Rio Pardo, Santa Casa e HBU de Marília, todos com 100%. No DRS inteiro, a ocupação é de 90,09%, restando só mais 15 leitos, ou seja; a situação realmente é gravíssima.

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