O presidente Lula voltou a relativizar a conduta de quem comete crimes, em evento realizado nesta sexta-feira, 21, para lançar projetos de segurança pública e assinar os decretos que dificultam o acesso a armas.

Em seu discurso, Lula disse que é preciso garantir alimentação às pessoas, que muitas vezes roubam um “pãozinho” ou “um remédio de que precisam”, e acabam presas por muitos meses. “Quisera Deus se a gente pudesse garantir aqui no Brasil um prato de comida todo santos dia, para os filhos de milhões e milhões de brasileiros que muitas vezes são presos e são violentados porque entraram numa padaria e roubaram um pãozinho, porque muitas vezes entraram numa farmácia e pegaram um remédio que possivelmente estivessem precisando”, discursou. “E muitas vezes essas pessoas são presas, ficam meses presas, e muitas vezes não têm advogado, muitas vezes não vai um juiz, e ficam lá sem ter ninguém para cuidar delas.”

Apesar de Lula relativizar a gravidade da conduta, o roubo é um crime grave, cometido com violência ou grave ameaça, cuja pena é de 4 a 10 anos de prisão.

Os discursos de condescendência com o crime têm sido comuns. Na campanha, Lula fez discurso semelhante ao desta sexta-feira, relativizando condutas criminosas. Em uma ocasião, ele disse que não se pode permitir que os jovens “continuem tendo como razão de vida roubar celular para poder sobreviver” e, em outra, declarou que “uma juventude enorme, por falta de perspectivas, às vezes é presa roubando um celular”.

Em março, no lançamento do da reedição do Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania (Pronasci II), Lula fez críticas à atuação da polícia e declarou que a cadeia está cheia de gente inocente”, numa clara defesa de uma das principais políticas de segurança da esquerda: o desencarceramento.

Ele inclusive disse, na ocasião, que pediu ao ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, que fizesse um mutirão para visitar as cadeias do Brasil “para a gente ver quanta gente que está presa sem nunca ter sido ouvida por um advogado, sem nunca ter sido visitada por um juiz”.

Já Almeida, já se manifestou publicamente a favor da descriminalização das drogas para reduzir o número de presos, que ele considera excessivo, embora menos de 10% dos homicídios sejam investigados e solucionados no Brasil e a maioria esmagadora dos furtos e roubos fique sem solução.

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