Em sua estreia na política, Marcos Bolsonaro, primo distante do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), adotou a mesma tática usada pelo familiar na eleição de 2018: escalou um militar para ser seu vice e adotou uma pauta anticorrupção. Teve apenas 20 dias de campanha enfrentando estranhas turbulências do partido a qual se filiou, o PSL.

Sem dinheiro para pagar gastos de campanha, sem a presença do parente famoso na campanha e até mesmo sem santinho para distribuir aos eleitores. Assim pode ser resumida a campanha de Marcos Bolsonaro (PSL) à Prefeitura de Jaboticabal (a 342 km de São Paulo) e, que obteve 1340 votos ficando na quinta posição. O vencedor, professor Emerson ( Patriota), obteve 14.218 mil votos.

Em sua estreia na política, Bolsonaro, primo distante do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), adotou a mesma tática usada pelo familiar na eleição de 2018: escalou um militar para ser seu vice e adotou uma pauta anticorrupção.

Contava com o apoio, de alguma forma, do presidente da República, mas conseguiu apenas o do seu irmão, o comerciante Renato Bolsonaro, a duas semanas para a eleição.

Foi no mesmo período em que o diretório local do PSL recebeu 55 mil santinhos de dois modelos para serem distribuídos aos eleitores, após semanas de reclamação à cúpula estadual.

Até então, a campanha de rua era feita prioritariamente quando candidatos a vereador levavam seus impressos próprios, que tinham os seus nomes e os de Bolsonaro e seu vice, Coronel Artioli (PSL).

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“Atrapalhou não só a nossa [campanha], acho que da regional inteira [do partido]. Tem cidades circunvizinhas que estão com esse mesmo problema, infelizmente”, disse Marcelo Peres, coordenador da campanha de Bolsonaro em Jaboticabal.

De acordo com ele, quando o material chegou a expectativa era de acelerar a campanha na rua, mas isso não ocorreu.

“O processo com o PSL ao longo desse período, confesso a você, para nós de Jaboticabal, até um determinado ponto não foi ruim. Porém, quando chegou-se à questão da responsabilidade mesmo, da parte de material, faltou comunicação, faltou diálogo. A gente ligava, não atendia. Mandava whatsapp e demorava dois, três dias, até uma semana para responder.”

Agora, passada a campanha, o diretório vai entrar em contato com o partido na capital para saber se aceitarão os impressos de volta ou qual procedimento deve ser adotado.

Outro problema se refere aos gastos de campanha. Bolsonaro é o único dos cinco candidatos à prefeitura que não declarou recursos recebidos na campanha.

A soma dos valores declarados pelos outros quatro candidatos chega a R$ 407 mil, dos quais R$ 163,7 mil da campanha de Professor Emerson (Patriota). Vitorio de Simoni (MDB) lançou receita de R$ 123,5 mil, seguido por Baccarin (PT), com R$ 61,6 mil, e Professor João (DEM), com R$ 58,5 mil.

“Vamos sair devendo uns R$ 20 mil, é o que estamos calculando. A gente vai dar um jeito, mas faltou apoio”, disse Marcos Bolsonaro. Já o Candidato a vice, Coronel Artioli disse que, sem os santinhos, o partido buscou explorar redes sociais na campanha para suprir o déficit de materiais com a gravação de dezenas de vídeos e depoimentos destacando os inúmeros apoios e divulgando o plano de governo.

O partido, que não teve coligação com nenhuma outra legenda, lançou 20 candidatos à Câmara de Jaboticabal, terceira maior cidade da região administrativa de Ribeirão Preto, mas, infelizmente não elegeu nenhum. O racha no partido era evidente até mesmo na campanha de rua entre os vereadores.

Conhecida como Athenas Paulista, mas também já chamada de Cidade das Rosas e de Cidade da Música, Jaboticabal teve pela primeira vez na história a cobertura completa de jornais como a Folha de São Paulo, revista Veja, Site UOl, revista Isto É e diversas agência de noticias durante as eleições municipais deste ano.

Uma campanha parelha, problemas estruturais e a atuação restrita da imprensa profissional são alguns dos ingredientes que tornam interessante a cobertura jornalística nessa cidade de 77 mil habitantes.

Jaboticabal, ao contrário do que já ocorre em outras localidades menores, não tem uma TV (comunitária ou educativa) para a transmissão do horário eleitoral gratuito, o que faz com que a campanha seja diferente das disputas dos grandes centros.

Os candidatos, e a própria dinâmica local, são acompanhados diariamente pelo jornal, assim como ocorre nas eleições em grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro. No último dia de campanha, a equipe de Marcos Bolsonaro organizou a maior carreata já realizada na história dos 192 anos da cidade, percorrendo as principais ruas e avenidas.

Além dos ingredientes políticos colocados na disputa deste ano, onde o primo do presidente era o principal destaque, Jaboticabal foi escolhida por alguns destes órgãos de imprensa por ser uma cidade com forte peso educacional, com quatro universidades ou centros universitários, e também se destacar economicamente na agricultura e nas indústrias de alimentação e cerâmica.

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