Expectativa é que novas ferramentas digitais reduzam em cerca de 25% o abandono às aulas. Já o Secretário Renato Feder afirmou que o Estado fará concurso para professores da rede estadual ainda neste semestre

O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, lançou nesta quinta-feira (16) o Programa Sala do Futuro, um pacote de ferramentas digitais para levar a Educação paulista para uma nova fase, mais moderna e atrativa aos estudantes. O ato foi realizado no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do secretário de Educação, Renato Feder, e do presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), Jean Pierre Neto.

“Com esses aplicativos, estamos atacando duas questões fundamentais para termos uma educação de qualidade: frequência e performance. Monitorando esses dois pilares, teremos resultado e que, no final, ele tenha ferramentas para ingressar no mercado de trabalho e prosperar”, destacou Tarcísio de Freitas.

Uma das inovações é o novo Diário de Classe, um aplicativo para acompanhar a frequência e o desempenho dos alunos, cujo objetivo é reduzir a evasão escolar. A expectativa da Secretaria de Educação é que essa medida possa colocar até 100 mil alunos a mais nas escolas diariamente.

Mais intuitivo e fácil de usar, a ferramenta permite acesso à frequência do estudante de forma mais ágil e os dados serão interligados diretamente ao painel do “Aluno Presente”. É por esse sistema que professores, diretores, dirigentes e a própria Secretaria de Educação, cada um em seu nível de acesso, vão monitorar a frequência escolar dos discentes. A plataforma também permite o comparativo entre uma semana e outra, além do controle de aulas previstas e aulas registradas.

“Temos 80% de frequência, o que significa que, de cinco dias de aula, ele vai quatro para a escola. Isso é gravíssimo e precisamos apoiar a escola para mudarmos esse cenário“, afirmou o secretário Estadual de Educação, Renato Feder.

Outra novidade anunciada é a Prova Paulista, que será aplicada bimestralmente para os estudantes do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental e de todo o Ensino Médio, de forma totalmente digital, por meio do aplicativo do Centro de Mídias de São Paulo. Anteriormente, parte dos alunos resolvia a prova impressa. As notas eram digitadas manualmente, atrasando a divulgação dos resultados e a adoção de medidas para melhorar o ensino.

Com o uso da tecnologia, as notas serão disponibilizadas em 24 horas, facilitando as intervenções pedagógicas em todos os níveis da rede, vez que professores poderão visualizar mais rapidamente os pontos de maior dificuldade dos alunos, identificando aqueles que necessitam de maior atenção na recomposição da aprendizagem, bem como o aperfeiçoamento do ambiente em sala de aula para incentivar o aprendizado.

“Nossa objetivo é termos participação nessa prova. Os professores e professoras poderão conhecer melhor os seus alunos e identificar as disciplinas em que os estudantes precisam melhorar e tornar a educação mais efetiva”, disse Renato Feder.
A previsão é que as primeiras provas sejam aplicadas em 28 e 29 de março, para alunos do 5º ano. As demais séries passarão a ser avaliadas pelo aplicativo na sequência.

Secretário confirma concurso para 15 mil professores na rede de SP

Renato Feder

No mesmo evento, o secretário estadual da Educação, Renato Feder confirmou a realização de um concurso público para contratar 15 mil professores para a rede pública paulista ainda neste semestre.

“A gente vai lançar um concurso público neste semestre para 15 mil professores da rede. A gente está precisando muito e estamos autorizados. Em breve, a gente vai publicar o edital, neste semestre ainda, e a gente está muito animado com isso”, afirmou Renato Feder, sem divulgar a data do concurso.

O concurso foi autorizado ainda pela gestão anterior, Rodrigo Garcia (PSDB). Segundo as regras, são previstas 4.258 vagas para a jornada completa (com carga horária de 25 horas semanais) e 10.742 vagas para a jornada ampliada (de 40 horas semanais).

O concurso tem como objetivo reduzir o número de professores temporários na rede estadual, trazendo estes docentes para as regras de contratação do regime oficial, que prevê mais benefícios trabalhistas.

Segundo o sindicato dos professores, a Apeoesp, existem hoje cerca de 100 mil docentes em regime temporário, quase metade dos 204 mil professores da rede paulista. No fim de 2022, a Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) teve de aprovar a renovação dos contratos de 40 mil deles para garantir as aulas deste ano.

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