Se existe parte ruim no Carnaval, é ter que lidar com os banheiros químicos dos bloquinhos de rua. Quase sempre, são cabines insalubres pela má utilização que, além de sujas, podem estar cheias de germes, vírus e bactérias causadores de doenças.

Porém, os banheiros químicos são um mal necessário — afinal, urinar na rua, além de não ser higiênico, é crime. Segundo a infectologista Eliana Bicudo, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), apesar de desconfortável, existem formas de usar as cabines e sair ileso.

Ela explica que o maior problema ao usar o toalete são as infecções de vias aéreas e intestinais. Também há risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), mas alguns cuidados de higiene são suficientes para evitar o contágio.

“Muita gente vai precisar ter acesso a um sanitário e o toalete químico traz praticidade. Basta tomar os cuidados necessários, que são parecidos com os que devemos ter ao usar o banheiro tradicional”, diz Eliana.

Não encoste em nada

Quem frequenta bloquinhos já enfrentou, sem dúvidas, filas para ir ao banheiro. A infectologista explica que, pela aglomeração, o risco é o mesmo das festas de Carnaval em si: Covid-19, gripe, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), e outras doenças de contato, como a mononucleose e o citomegalovírus.

No caso das doenças respiratórias, o folião já está em risco ao participar da aglomeração sem máscara, e entrar ou não no banheiro não muda a chance de ser contaminado.

Já quando se fala das infecções intestinais, até a porta do lugar pode ser ponte entre quem está curtindo a festa e um vírus ou bactéria, assim como as paredes e assentos. Por isso, a recomendação é não encostar em absolutamente nada.

“Ao usar o banheiro, a chance de você adquirir enfermidades é tocar em locais que pessoas doentes encostaram. O cuidado principal ao usar um banheiro químico é tentar não encostar no vaso”, alerta a médica.

Em hipótese alguma leve a sua bebida para dentro do banheiro, já que a transmissão de rotavírus, salmonella ou shigella, por exemplo, acontece pela boca. O mesmo vale para pochetes e bolsas: se faça de cabide, mas não deixe seus pertences encostarem no banheiro químico. Não leve objetos ou as mãos sujas ao rosto.

Porém, não precisa usar o toalete e sair correndo. “O tempo que você fica em um banheiro químico não implica que você vai adquirir mais ou menos doenças. Então, se quer retocar a maquiagem lá dentro, faça. O importante é lavar as mãos depois”, pondera a infectologista.

A médica pede que cada um leve um recipiente de álcool em gel e o próprio papel higiênico, na pochete. Não é preciso levar o rolo inteiro — a recomendação é tirar algumas folhas, colocá-las em um saco plástico e guardar na bolsa.

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