Número de invasões do MST este ano é maior que nos últimos 4. No governo de Jair Bolsonaro foram registradas 14 invasões de terras

Nesta semana, pelo menos cinco ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram registradas apenas no estado da Bahia. Com apoio do governo Lula, os movimentos sociais voltaram a invadir terras, incluindo terras produtivas.

O senador Magno Malta divulgou em seu Instagram uma imagem comparando a quantidade de invasões de terra registradas entre 1995 e 2021. Os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) registraram 2.442 invasões. Nos mandatos de Lula (PT), foram 1.968; nos governos de Dilma (PT), foram 969 ações do MST. Já nos dois anos de Michel Temer, o número caiu para 54 ações e nos três anos do governo de Jair Bolsonaro foram registrados apenas 14 casos de invasões de terras.

– Nos últimos quatro anos, as Forças de Segurança foram empoderadas, dando um recado ao narcotráfico. Foram recordes em apreensões de drogas e bens do tráfico. O acesso à arma de fogo para cidadãos dentro da lei foi ampliado de maneira responsável. O MST não invadia mais – escreveu o senador comentando os dados da Ouvidoria Agrária Nacional.

FRENTE PARLAMENTAR DA AGROPECUÁRIA COBRA AÇÃO DO GOVERNO

Para os parlamentares da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), o atual governo tem histórico de conivência com a impunidade e isso oferece segurança para os grupos invadirem terras.

– As invasões ocorridas nos primeiros meses deste ano em diversas regiões são o resultado da conivência histórica com a impunidade. É o caminhar, lado a lado, por parte de alguns, com a depreciação da ordem e da lei – diz a nota.

A equipe do governo Lula não criticou publicamente as últimas invasões do movimento no sul da Bahia. No dia 27 de fevereiro três fazendas da Suzano Celulose foram invadidas nos municípios de Mucuri, Teixeira de Freitas e Caravelas.

A empresa divulgou que as propriedades foram danificadas pelos membros do movimento. O grupo exige que a Suzano entregue terras para assentar 600 famílias.

É dever do Estado desapropriar terra que não cumpre função social, diz ministro

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (foto), disse que a invasão do MST nas fazendas da Suzano no sul da Bahia foi um caso isolado.

“Eu li uma entrevista com o João Paulo Rodrigues, do MST, em que ele disse que essa medida foi uma ação isolada. Eu não esperava e ele mesmo, na entrevista, diz que foi uma ação isolada. Não foi uma ação orquestrada do MST”, afirmou em entrevista à Folha, acrescentando que “não se trata de uma política do MST.

É dever do Estado desapropriar terra que não cumpre função social, diz ministro

Questionado se considera legítima a ocupação de área improdutiva, Paulo Teixeira afirmou: “Quando tiver a indicação de propriedade que não esteja cumprindo a função social, é dever do Estado desapropriá-la para fins de reforma agrária.” 

Na entrevista, o ministro afirmou ainda que o governo do presidente Lula vai proteger a propriedade privada. Como publicamos,  o MST desocupou na sexta-feira (3) uma fazenda em Jacobina, no norte da Bahia. A invasão continua em outras quatro.

Essas foram as primeiras ocupações em massa do MST desde o início do governo Lula. No ano passado, conforme mostramos, João Pedro Stédile, líder do movimento, já havia dito que, se o petista vencesse a corrida presidencial, o país voltaria a ter “grandes mobilizações”. As invasões na Bahia contrariam o discurso de Lula de que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra não ocupa propriedades produtivas.

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