Apenas para refrescar a memória, em 14 de junho de 2022, o médico oncologista, Dr. Sérgio Nechar, foi anunciado como o novo secretário municipal da Saúde. Na ocasião, ele assumiu no lugar de Cássio Luiz Pinto Júnior, que no comando da referida secretaria, ficou famoso justamente por acabar com as UBS transformando-as em PSF e logo depois retornando à secretaria da Administração, cargo este que já havia ocupado anteriormente.

Foram apenas pouco mais de sete meses no cargo, pois o conceituado Drº Sergio Antônio Nechar (PSB) assumiu no dia 20 de janeiro deste ano, o mandato como vereador na Câmara de Marília. Terceiro candidato mais votado do partido nas eleições municipais de 2020 e 22º geral, com 1.147 votos, Nechar era o primeiro suplente da sigla e acabou assumindo a cadeira do vereador Ivan Negão, falecido em 5 de janeiro.

De lá para cá, nada mudou, muito pelo contrário, conforme advertido pelo JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, em pelo menos quatro matérias, este caos iria acontecer, pois com a genialidade da administração Daniel Alonso / Cicero do Ceasa em transformar as UBS’s em PSF’s, acabou se extinguindo os (as) médicos especialistas em ginecologia e principalmente em pediatria trocando-as pela figura do médico generalista, ou clínico geral como queiram. Recorde abaixo algumas das matérias;

Como se vê, não foi por falta de aviso. A experiência deste editor como profissional de saúde, membro do conselho municipal da saúde de 2002 á 2008, chegando a ocupar a vice-presidência do mesmo, nos deixa bem a vontade para discutir sobre o assunto com conhecimento de causa do foco principal desta discussão indigesta, o usuário.

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Com os olhos vendados para as dificuldades da classe trabalhadora, das mães e das crianças, o gestor expertise juntamente com o seu secretário da época, Cássio Luis Pinto Junior, simplesmente atropelaram até audiências contrárias a transformação (UBS Bandeirantes) e obcecados pela terceirização, como se não bastasse o estrago feito nas unidades consideradas de primeiro atendimento ou atenção primária, partiram até para a terceirização do SAMU, que é hoje é administrado pela Santa Casa de da cidade de Chavantes, distante de Marília pouco mais de 110 quilômetros.

POPULAÇÃO REVOLTADA: Pacientes se aglomeram na UPA norte e PA sul por falta de médicos nos postos de saúde e provocam danos e ameaças aos funcionários.

O resultado não poderia ser diferente. Enquanto os gênios da ideia se precisarem de médicos podem recorrer a um super plano de saúde, a população paga um alto preço com o sucateamento da saúde. A UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da zona Norte e o PA (Pronto Atendimento) da zona Sul estão com superlotação, principalmente em casos pediátricos. Em razão disso, muitos pacientes estão ficando por alguns dias internados nesses pronto-atendimentos, com diagnósticos de bronquiolite, broncopneumonia, descompensação de asma, que necessitam de uso de oxigênio suplementar e medicações endovenosas.

Diante desse quadro, a direção das unidades divulgou uma nota orientando os pais ou responsáveis para que os pacientes com quadros leves devam ficar em observação em casa ou procurar a rede de atenção básica, as UBS (Unidades Básicas de Saúde).

Sintomas leves como coriza, espirros, tosse, febre, associado a diarreia e vômitos, de início de poucas horas, devem realizar medidas com medicações prescritas pelo médico da UBS. Sintomas de falta de ar (dispneia), febre há mais de três dias, diarreia e vômitos persistentes e com gravidade devem procurar a UPA ou PA Sul.

Ocorre que a nota é apenas um bate volta, pois devemos reconhecer que a gestão da UPA NORTE ou PA SUL não são os responsáveis por esta situação e não estão medindo esforços para prestar o atendimento, mas a demanda é muito grande, enquanto a maioria dos postos de saúde estão entregues às moscas. A esperança da população é correr para estas grandes unidades na expectativa de encontrar médicos. SIMPLES ASSIM.

Infelizmente, o povo não aguenta mais e a paciência arrebenta justamente em cima de quem não tem nada a ver com esta situação. Se antes já ocorrerá uma tentativa de agressão contra um funcionário na UPA da zona norte, na noite de quinta-feira (23), vândalos promoveram desordem e destruição na unidade PA Sul. Fato ocorreu no início da noite, quando pessoas desconhecidas danificaram o computador usado para emissão de senhas de atendimento. Ninguém ficou ferido e os autores dos danos fugiram. NADA JUSTIFICA O VANDALISMO.

SITUAÇÃO INSUSTENTÁVEL: Desde Janeiro Conselho Municipal de Saúde (Comus) cobra nomeação de secretário para apresentar reivindicações da população

A bomba prevista pelo JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, estourou de fato, e para piorar a situação, os conselheiros municipais de saúde estão literalmente FALANDO ÀS PAREDES. Com a saída oficial do Drº Sérgio Nechar, assumiu a pasta de forma provisória o então secretário adjunto,
Osvaldo Ferioli Pereira.

Ocorre que, desde então, O MESMO NÃO COMPARECE ÀS REUNIÕES DO COMUS e com isto, as deliberações são APENAS LAVRADAS EM ATA, PUBLICADAS NO DIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO E ENVIADAS AO MP. De forma reiterada os conselheiros oficializam as cobranças ao poder executivo devido ao grave momento em que vive a nossa cidade.

Seria cômico, se não fosse trágico. Em primeiro lugar, se é legal, no mínimo ´é imoral o fato de um secretário adjunto assumir uma pasta onde o mesmo é prestador de serviço. O COMUS tem como função fiscalizar e deliberar sobre prestação de contas. Como um presidente interino pode aprovar suas próprias contas?

Dispõe a NOB nº 01, de 1996, sobre gestão e gerência, ao tratar da gestão municipal do SUS:

Para embasar nosso entendimento e auxiliar a você leitor (a) no discernimento do que está sendo omitido, nos alicerçamos no dispõe a NOB nº 01, de 1996, sobre gestão e gerência, ao tratar da gestão municipal do SUS: Os estabelecimentos desse subsistema municipal, do SUS-Municipal, não precisam ser, obrigatoriamente, de propriedade da prefeitura, nem precisam ter sede no território do município. Suas ações, desenvolvidas pelas unidades estatais (próprias, estaduais ou federais) ou privadas (contratadas ou conveniadas, com prioridade para as entidades filantrópicas), têm que estar organizadas e coordenadas, de modo que o gestor municipal possa garantir à população o acesso aos serviços e a disponibilidade das ações e dos meios para o atendimento integral.

Isso significa dizer que, independentemente da gerência dos estabelecimentos prestadores de serviços ser estatal ou privada, a gestão de todo o sistema municipal é, necessariamente, da competência do poder público e exclusiva desta esfera de governo, respeitadas as atribuições do respectivo Conselho e de outras diferentes instâncias de poder. Assim, gestão é a atividade e a responsabilidade de dirigir um sistema de saúde (municipal, estadual ou nacional), mediante o exercício de funções de coordenação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, controle, avaliação e auditoria. São, portanto, gestores do SUS os Secretários Municipais e Estaduais de Saúde e o Ministro da Saúde, que representam, respectivamente, os governos municipais, estaduais e federal. CADÊ O NOSSO SECRETÁRIO DA SAÚDE PREFEITO?

Mais uma vez batemos na tecla da inoperância da Câmara Municipal que com raríssimas exceções vedou os olhos para a concessão do DAEM e agora também se mostrou omissa perante a terceirização da saúde e o sofrimento da população em geral. Neste verdadeiro caos da saúde municipal, é um absurdo uma cidade com 240.000 mil habitantes estar sem um secretário da saúde já há mais de 60 dias. SERIA PROPOSITAL PARA NÃO HAVER COBRANÇAS E DEMANDAS A SEREM DISCUTIDAS? PEDRA NO SAPATO NÃO SÃO BEM VINDAS?

NINGUÉM AGUENTA MAIS: Até o ex-secretário da saúde e agora vereador, Drº Nechar critica situação das unidades de saúde e cobra o prefeito.

Não pode ser interpretado como um contrassenso, a atitude do ex-secretário municipal da saúde e agora vereador, Drº Sérgio Nechar (PSB), que, cansado de ouvir reclamações da população diariamente, criticou duramente a sessão camarária da última segunda-feira (20), a situação de estrutura e atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Postos de Saúde da Família (PSFs) em Marília. Em nossa interpretação estava falando ali, o conceituado médico com o sua experiência e seu conhecido lado humanista.

Na ocasião disse ele; “Não temos um pingo de manutenção… A maioria das UBSs e dos PSFs estão sucateados, sem manutenção, reforma e revitalização… Nós aprovamos aqui, há uns dias atrás, R$ 7,2 milhões para a saúde. Eu espero que o nosso prefeito, através desses milhões que conseguimos aprovar aqui, consiga fazer essas reformas, que há 17 anos não se faz”, desabafou o agora vereador Drº Nechar, ao argumentar sobre um requerimento dele nesse sentido. Simplesmente uma vergonha para a administração municipal.

O ex-secretário foi mais além e acrescentou; “Isso é uma falta de humanidade. Eu acho que essas questões deveriam ser prioridades. Hoje, o indivíduo chega em uma unidade básica de saúde, além de ele estar um pouco mal atendido, ele prefere ir na UPA e lá fica aquela confusão, todo mundo na UPA querendo ser atendido”, simplesmente confirmando o que já mencionamos anteriormente e prevíamos desde o ano passado.

Para complementar, Drº Nechar foi mais além e denunciou uma realidade que só não é vista pelo prefeito, mas é sentida pela população; “as pessoas que deveriam ter uma atenção primária decente não vão nas atenções primárias (UBSs e PSFs) e se dirigem na UPA e o P.A da Zona Sul, que ficam abarrotados. A população ficou viciada ou dirigida para a UPA ou para o PA, porque lá é aberto e tem gente para atender. Ao passo em que se ele chegar na UBS depois das 16 horas não tem mais nada”. P

Para finalizar, o mesmo complementou; “Enquanto não houver uma reformulação geral, vamos ter esses acúmulos de pessoas na UPA e P.A da Zona Sul. Isso foi uma reivindicação que a gente fez ainda quando secretário da saúde, para que o prefeito olhasse um pouquinho para a saúde”, conclui o vereador que, mesmo compondo a base do prefeito, se mostrou indignado com a situação das pessoas que necessitam de um atendimento médico.

EM SÍNTESE: A saúde de Marília pede socorro. As palavras e exposições de motivos poderiam formatar uma apostila completa. O que mais deixa a população indignada é mais uma promessa da campanha de 2016, quando o mesmo prometeu que ofereceria aos marilienses, SAÚDE DE PRIMEIRO MUNDO E SE NÃO HOUVESSE MÉDICOS, O MESMO CONTRATARIA. Em nenhum momento ele citou que iria terceirizar as unidades e fechar os olhos para esta sofrível situação do triste doente pagador de impostos. COM A PALAVRA, OS SENHORES VEREADORES E MP.

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